
A vida dá-nos muitos sinais mas nem sempre os nossos olhos, empoeirados pelo dia-a-dia, os enxergam.
Aos catorze anos ganhei o primeiro prémio num concurso literário, sem aperceber-me da sua importância cósmica. Desligado de mim, segui uma carreira ligada às tecnologias, estudei engenharias, ERASMUS e MBAs, achei-me um Ás, empreendi várias empresas, grandes e pequenas, e sempre que julgava atingir a ribalta, a vida sábia sorria e tirava-me o que eu pensava fazer falta.
O Universo, cheio de paciência, continuava a enviar-me sinais que eu teimava em não ver, pontapé para a frente até vencer, repetindo o ciclo, mil vezes sem fim.
Após quatro décadas aceitei parar e mudar o meu rumo. Sem salário, e de conta no fundo, frequentei cursos de meditação e aprendi astrologia, música, palavras e poesia, vi artes ancestrais, fiz massagem Thai e outras coisas que tais, entregando-me à mais importante viagem da minha vida: ir descobrindo quem sou. Compreendi como eu tentava ser alguém que não era – até que encontrei o verdadeiro Duarte Nuno Braga.
Sou uma pessoa simples e humilde, aprecio os pequenos prazeres da vida, partilho-os e encontro os meus maiores tesouros mesmo à minha volta e, acima de tudo, descobri como não adianta procurar a felicidade no horizonte. Ela mora no caminho da vida. Por isso, já não corro mais, apenas ando. Não ando mais, apenas paro. Já nem paro mais, apenas contemplo e liberto palavras.
A minha escrita é o espelho da minha contemplação. É nela que a minha alma se encontra e se abre ao mundo. É o mais puro de mim.
Os meus anjos são todos os que me ensinaram a descobrir o meu caminho. A minha gratidão para com eles reflecte-se no desfrute dos leitores que agora encontram as minhas palavras e me acompanham nesta odisseia de descoberta transcendente.
Porém, a viagem não terminou. Pelo contrário, acabou de começar de olhos postos no céu. Afinal, eu não sou nada. Eu estou só simplesmente a ser… apenas eu…
A Confissão do Navegador
A Confissão do Navegador
Corre o ano de 1493. D. João II convida o navegador Duarte Pacheco Pereira a conhecer Cristóvão Colombo. Joga-se o destino de Portugal e do próprio Duarte Pacheco Pereira, incumbido de uma missão secreta que o leva aos confins do Atlântico. Neste empolgante romance histórico desvenda-se a figura pouco conhecida do navegador descrito por Camões como o «Aquiles lusitano». Do perigo dos mares ao calor da Índia e da batalha, somos levados para uma época envolta em segredos, conspirações e relações proibidas. A ambição de um reino muda a vida de um homem dividido numa busca espiritual entre a lealdade e o amor.
ISBN: 978972235824
Editorial Presença